Coliving e cohousing: o futuro da moradia compartilhada

Em um mundo onde a urbanização acelerada, o aumento dos custos habitacionais e a busca por conexões humanas estão moldando novas formas de viver, os modelos de coliving e cohousing surgem como alternativas inovadoras à moradia tradicional. Mais do que simples compartilhamento de espaços, esses conceitos representam uma revolução no estilo de vida urbano, combinando comunidade, sustentabilidade e acessibilidade.

Neste texto, exploraremos as diferenças entre coliving e cohousing, os benefícios desses modelos, os desafios enfrentados e por que eles estão se tornando uma tendência global no futuro da habitação.

O Que é Coliving?

O coliving (ou "moradia colaborativa") é um modelo habitacional que prioriza espaços compartilhados e experiências comunitárias. Diferente de uma república universitária ou aluguel de quartos, o coliving é projetado para oferecer conforto, privacidade e interação social em ambientes planejados.

Características do Coliving:

• Quartos privativos com áreas comuns (cozinha, sala, lavanderia).
• Serviços inclusos (limpeza, Wi-Fi, manutenção).
• Eventos e networking (jantares coletivos, workshops, coworking).
• Flexibilidade (contratos curtos, sem fiador).

Público-Alvo:

  • Profissionais jovens (millennials e Gen Z).

  • Nômades digitais e freelancers.

  • Pessoas em transição (mudança de cidade ou país).

Exemplos de empresas no Brasil: Housi, Tribe, Selina.

O Que é Cohousing?

O cohousing ("moradia cooperativa") é um modelo mais antigo, originário da Dinamarca nos anos 1960, e foca em comunidades intencionais onde os residentes projetam e administram seu próprio espaço.

Características do Cohousing:

• Casas ou apartamentos privados + áreas comuns (refeitório, horta, oficina).
• Gestão coletiva (decisões em grupo, rodízio de tarefas).
• Sustentabilidade (energia renovável, compostagem).
• Intergeracional (famílias, idosos, solteiros).

Público-Alvo:

  • Famílias que buscam apoio mútuo.

  • Idosos em busca de convívio social.

  • Pessoas com valores ecológicos e comunitários.

Exemplos no mundo: Munksøgård (Dinamarca), Ecovila Clareando (SP).

Por Que Coliving e Cohousing Estão Crescendo?

1. Crise Habitacional e Aumento dos Aluguéis

  • Em cidades como São Paulo, Rio e Lisboa, os preços dos imóveis estão inviáveis para jovens e classe média.

  • O coliving oferece custo-benefício (sem depósito, contas inclusas).

2. Solidão Urbana e Busca por Comunidade

  • A Geração Z e os millennials valorizam experiências mais que propriedade.

  • O cohousing reduz o isolamento, comum em grandes cidades.

3. Mobilidade e Flexibilidade

  • Nômades digitais e profissionais remotos preferem contratos curtos.

  • Empresas como WeLive (EUA) e Housi (BR) oferecem rotatividade sem burocracia.

4. Sustentabilidade e Consumo Consciente

  • Compartilhar espaços reduz pegada ecológica.

  • Cohousings muitas vezes usam energia solar e agricultura coletiva.

Desafios e Críticas

1. Privacidade Limitada

  • Nem todos se adaptam a compartilhar espaços.

  • Conflitos entre moradores podem ocorrer.

2. Modelo Ainda em Consolidação

  • No Brasil, falta regulamentação clara.

  • Investidores hesitam em financiar projetos.

3. Público Específico

  • Famílias tradicionais podem preferir casas próprias.

  • Idosos podem ter dificuldade com tecnologia (apps de gestão).

Tendências Futuras

1. Coliving Corporativo

  • Empresas como Google e Microsoft estão criando moradias para funcionários.

2. Tecnologia Integrada

  • Apps de convivência, IoT e acesso por biometria.

3. Expansão para Cidades Médias

  • Mercado deve crescer em Curitiba, Florianópolis, Campinas.

4. Cohousing para Idosos

  • "Senior cohousing" é tendência na Europa e EUA.

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